A Polícia Rodoviária Federal (PRF) divulgou ontem um balanço de ocorrências de trânsito nas rodovias federais no Paraná em 2024, apresentando dados de acidentes, fiscalização e educação para o trânsito. Os registros da PRF apontam que 605 pessoas perderam a vida em sinistros de trânsito, número 8,2% maior do que o de 2023, quando 559 pessoas morreram. A alta nas mortes é puxada, principalmente, por dois tipos de acidentes: as colisões frontais e os atropelamentos de pedestres, com aumentos de 19,8% e 13,3%, respectivamente.
A colisão frontal segue como o tipo de sinistro com mais mortes. Apesar de representar apenas 6,3% do total de sinistros, foi responsável por 181 mortes, cerca de 30% do total. Esse tipo de colisão ocorre, principalmente, devido a ultrapassagens proibidas ou malsucedidas, e ao excesso de velocidade. Em 2023, quando já eram uma preocupação, as colisões frontais foram responsáveis por 151 mortes, 27% do total.
Entretanto, a participação no total de acidentes era praticamente a mesma de 2024, com 6,4% das ocorrências. Desta forma, o aumento dos números de óbitos revela um aumento na gravidade deste tipo de sinistro, que passou a causar mais mortes.
Assim como acontece nas colisões frontais, os sinistros de atropelamentos de pedestres geram muitos óbitos em desproporção com a quantidade de sinistros. Correspondendo a apenas 4,3% dos sinistros, com 312 registros, os atropelamentos respondem por 16% dos óbitos (97 pedestres mortos). Do total de atropelamentos, um terço resultou em morte, despertando ainda mais atenção para este grave problema, demonstrando a fragilidade dos pedestres no trânsito.
Os atropelamentos guardam uma relação direta com a falta de luminosidade natural. Oito em cada dez mortes de pedestres (79 de 97) ocorreram à noite ou em horários propícios ao ofuscamento da visão, como o amanhecer e o anoitecer. Dos 212 atropelamentos que ocorreram nesses horários, 189 foram em locais sem iluminação artificial.
Caminhões
O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) traz em suas normas que os veículos de maior porte são responsáveis pela segurança dos veículos de menor porte. Os registros de 2024 servem para mostrar como a diferença de massa entre os veículos pode amplificar as consequências negativas dos sinistros. Mais da metade das mortes (51%) ocorreram em situações que envolveram caminhões, embora estes estejam envolvidos em apenas 29% das ocorrências. Foram 2.136 sinistros envolvendo caminhões, com o resultado de 313 mortes.
Esse quadro repete um destaque negativo já registrado em 2023, quando foram registradas 291 mortes envolvendo estes veículos. Com um aumento de 7,56% em relação a 2023, 22 vidas a mais foram perdidas em sinistros com o envolvimento de caminhões.
Sinistros de trânsito
Em 2024, nos quase quatro mil quilômetros de rodovias federais atendidas pela PRF no Paraná, foram registrados 7.302 sinistros, resultando em 8.372 feridos e 605 mortos. Esses números são maiores do que os registrados em 2023, quando 6.827 sinistros resultaram em 7.804 feridos e 559 mortos. Proporcionalmente, existe um aumento maior no número de mortos, com 8,2% de alta, demonstrando uma maior gravidade nos sinistros. Ao todo, contabilizando feridos e ilesos, 18.076 pessoas se envolveram em sinistros registrados pela PRF no Paraná.
Perfil dos mortos
Homens seguem como o grupo de maior risco no trânsito, representando 81% dos óbitos. A faixa etária de maior incidência de mortes foi a de 30 a 39 anos, com 121 óbitos, representando 20% do total. Entretanto, a faixa de 20 a 29 é a que mais se envolve em sinistros, representando 22% do total. O tipo de veículo mais ocupado pelos mortos foi o automóvel (264 mortos) e as motocicletas ficaram com a segunda posição, com 119 registros de óbitos de ocupantes destes veículos.
Foto: Divulgação PRF.
Matéria: Jornal Beltrão.