Em Curitiba, foram registrados, em 2024, 17.745 casos e oito óbitos por dengue até o momento, segundo atualização da Secretaria Municipal de Saúde. E, de acordo com especialistas, a tendência é que o verão 2024/2025 seja um momento de aumento e explosão ainda maior de casos em todo o país.
“Precisamos nos preparar desde já para mitigar ao máximo a proliferação do Aedes aegypti. E as ações integradas articuladas serão ainda mais necessárias”, diz a secretária municipal da saúde de Curitiba, Beatriz Battistella.
Uma reunião intersetorial realizada, na terça-feira (26/11), fez um balanço e discutiu as ações integradas de prevenção à dengue e combate ao mosquito Aedes aegypti para a temporada 2024/2025.
O encontro, realizado na Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de Curitiba, contou com representantes da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (SMMA), Secretaria Municipal de Defesa Social (SMDS), Fundação de Ação Social de Curitiba (FAS), Secretaria Municipal do Urbanismo (SMU) e Secretaria do Governo Municipal (SGM).
“A dengue é um problema que só encontra controle a partir de ações articuladas de diversos setores do poder público, da sociedade civil organizada e de cada cidadão se responsabilizando pelo seu quintal, onde estão 75% dos focos do mosquito”, disse Beatriz.
Segundo a secretária, foi a ação intersetorial articulada em Curitiba que conseguiu mitigar o crescimento da dengue no município durante o ano de 2024.
“Com as mudanças climáticas, os casos de dengue vêm crescendo em progressão geométrica no país todo, atingindo locais que não eram afetados anteriormente. Em Curitiba não foi diferente, mas as ações promovidas conseguiram frear esses efeitos, felizmente”, avaliou.
O Brasil registrou 1,7 milhão de casos em 2023 e 6,6 milhões em 2024 até o momento – um número quase quatro vezes maior de um ano para o outro. Os óbitos pela doença em todo o país também acompanharam esse ritmo de crescimento, passando de 1.094 em 2023 para 5.835 em 2024 – um número cinco vezes maior de mortes de um ano para o outro.
O plano de ação intersetorial prevê, a partir do Comitê Municipal de Controle do Aedes, a continuidade das ações de enfretamento, seguindo firme na delimitação dos focos do mosquito, bloqueios de transmissão de casos, vistorias realizadas por agentes comunitários e de endemias, varreduras casa a casa e aplicação de UBV nas áreas de maior transmissão, tratamento químico nos pontos estratégicos, mutirão de recolhimento de resíduos, ações da Vigilâncias Sanitária e atividades educativas.
“A integração e a intersetorialidade fizeram toda a diferença no enfrentamento ao mosquito”, diz Tatiana Faraco, coordenadora do Programa Municipal de Controle do Aedes.
“Nas varreduras casa a casa, tivemos a participação junto com a Saúde, das administrações regionais, Defesa Social, Polícia Militar e Exército. Nos mutirões de recolhimento, há a parceria da SMS e SMMA. Tivemos ações integradas em relação aos acumuladores com a Saúde, FAS e Meio Ambiente. Nas hortas, houve um trabalho intenso da Saúde, SMSAN e SMMA. Nos terrenos baldios, tivemos a ação da SMU”, exemplifica. “Para o próximo período, será necessário intensificar ainda mais isso”, completa.